A conquista da paz

Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.
(Mateus, 5:9)
 
 
Nesta passagem do Capitulo IX do Evangelho Segundo o Espiritismo, Jesus nos traz, através do testemunho dos seus apóstolos, o ensinamento de como a doçura, a moderação, a mansidão, a afabilidade e a paciência garantirão a “posse da Terra”.
 
Ao contrário da aparente crença de que os que são fortes, fisicamente, dominarão o planeta, a lógica cristã da reencarnação garante que o progresso da humanidade, com o desenvolvimento das qualidades acima, purificarão o orbe. Assim será a Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, ela se tornar um mundo feliz em razão do afastamento dos maus.
 
Nada no universo se constrói sem a vontade: vontade da inteligência e da consciência.
 
E a paz, sinônimo de evolução moral, não é senão um estágio conquistado pelas inteligências que muito obraram por si e pelos seus semelhantes, na ampliação de suas consciências.
 
A Terra, um mundo de provas e expiações, já no limiar da transição para um mundo de regeneração, ou seja, atingindo um patamar de menos sofrimento e maior ventura, aguça suas experiências para as almas que erram na ignorância de ser, cujos desenlaces fracassados as afastam para outros mundos.
 
Aos que logram êxito, é como a chegada de um sofrido viajante a uma paragem acolhedora, cujo descanso renova as disposições para prosseguir na sublime tarefa da iluminação.
 
Longe de ser um simples gesto como levantar a bandeira branca, numa guerra ordinária, a paz significa uma extensa luta consigo mesmo, em termos individuais e coletivos do ser, para afastar-se gradativamente da animalidade rumo à angelitude.
 
A violência, antítese da paz, grassa em nós todos de maneiras diversas.
 
A violência não se manifesta somente em atos físicos agressivos. Existe na omissão da fraternidade, no egoísmo da falta de caridade.
 
Existe ainda na discórdia da inveja, na volúpia da cobiça, no silêncio da conivência com a subtração do que faz falta ao próximo, dos crimes de colarinho branco, na indiferença com o sofrimento alheio.
 
A violência da guerra esconde meninos mimados, crianças mal amadas, inteligências mal orientadas, manipuladas pela consciência sem moral, que um dia colherão longas safras de calvários que parecerão intermináveis.
 
Conhecer a paz é caminho longo. Manter a paz é exercício de vigilância onde a prece é o hino maior.
 
A verdadeira paz é conjunto da paz de cada um, oriunda de corações convertidos ao bem, pelo bem, ao amor por amar, à ventura do ser, sem ter.
 
O mundo precisa de paz, e a paz deve ser o destino de um caminho que todos devem querer trilhar, sem querer chegar ao fim, mas sempre a um novo começo.

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