A epidemia do crack

Um jornal de grande circulação estadual publicou uma série de reportagens especiais sobre a epidemia do “crack” no Rio Grande do Sul, uma questão seriíssima, que deve preocupar a todos, pais, educadores, administradores públicos, juristas, religiosos, empresários, enfim, toda a sociedade deve estar envolvida e empenhada em enfrentar e minimizar os efeitos nefastos desta droga terrível e mortal.

A “pedra de crack” é uma droga que vicia rapidamente, feita a partir dos restos da cocaína, leva suas vítimas à degradação física e moral em poucas semanas, e não escolhe idade e tampouco condição social, embora seus usuários sejam em sua maioria pessoas de parcas condições econômicas, há muito o “crack” já deixou a periferia das cidades e está sendo consumido por pessoas da classe média e alta.

Segundo dados estatísticos, a “explosão” no consumo desta droga ocorreu nos últimos três anos, apresentando apreensões cada vez maiores, números que estão assombrando a polícia e os profissionais da saúde, pois seus efeitos são avassaladores, não só ao viciado e sua família, mas também ao sistema de saúde pública e ao sistema penal, pois a droga é considerada o principal motivo para o aumento da criminalidade, como furtos, roubos, homicídios e o próprio tráfico.

Para se ter uma idéia do tamanho do impacto social deste problema, podemos citar que mais da metade dos internados no Hospital São Pedro, por dependência química são usuários da droga, sendo 90% entre os pacientes jovens, assim como representa 55% dos adolescentes envolvidos em ocorrências policiais. Em razão destes números e da gravidade da situação, a Secretaria Estadual da Saúde definiu a questão como uma epidemia.

Esta maldita droga tem um poder de gerar dependência infinitamente maior do que a cocaína, e o viciado necessita fumar em torno de 20 a 30 vezes ao dia, e a possibilidade de recuperação é mínima. Assim, o valor de cinco reais se torna ilusório e o viciado principia por se desfazer de seus bens e os de sua família, para em seguida começar a furtar e roubar, para si e para os traficantes, gerando uma onda de violência sem precedentes.

É imperioso que a sociedade reaja a esta epidemia de forma rápida e organizada, envolvendo as áreas de justiça, saúde e assistência social, assim como a educação, o esporte e o lazer, com iniciativas governamentais e não-governamentais, demonstrando aos nossos jovens que outra vida é possível, sem drogas, sem violência, sem ódio, uma sociedade onde haja respeito, fraternidade, compaixão, harmonia, etc.

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