A triste realidade da saúde de Osório

Inicio escrevendo esta coluna, antes que me acusem de propagador do final dos tempos, cabo eleitoral da oposição ou apenas de um jornalista querendo chamar a atenção, já desarmando o espírito de todos.

Vivemos um período pré-eleitoral, onde os ânimos de puxa sacos da situação estão à flor da pele, temendo perder sua grande “teta” e outros da oposição sedentos, sonhando com o paraíso, onde prevêem peitos grandes, durinhos, estilo silicone, pelos próximos quatro anos.

O Litoralmania não é sustentado por partido político algum, muito menos se mantém com verba do executivo ou legislativo municipal, nem com dinheiro oriundos dos cofres públicos estaduais ou federais.

Por isto, temos pessoas de diversas ideologias no nosso quadro de colunistas, dando espaço igual para todos, não importando seu pensamento.

Fiz esta breve introdução para deixar claro que não tenho a mínima intenção de transformar esta coluna em conotação política partidária, pois o grande prejudicado com isto, não são os apadrinhados políticos de partidos A ou B. Estes têm contatos, dinheiro, não precisam muitas vezes depender do atendimento médico em nossa cidade que está uma vergonha.

Acompanhei por dois dias da semana a situação no Hospital São Vicente de Paulo e nas poucas horas que fiquei ali pude notar a total falta de estrutura que vive a instituição. Os técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, fazem o possível, é bom deixar claro. Mas, a demanda é enorme e faz até com que a ficha de uma paciente que aguardava por sete horas fosse perdida e ninguém sabia mais como era sua situação, pois havia sido trocada a equipe médica.

Um recém nascido, esperando por horas, juntamente com outros enfermos, apenas sua colocação em um quarto, já que a chave do local já estava com sua mãe e faltava apenas algum funcionário ter tempo de levá-la até lá. Precisou o pai da criança, um advogado, intervir no caso e resolver junto com o pediatra particular a situação.

Em outro caso, um senhor de 78 anos com câncer de próstata, chorava de dor, chegando a um ato de desespero, até urinar na sala de observação, já que não conseguia ser atendido pelo médico, que cuidava de uma situação mais grave do que a sua.

Três casos, em um mesmo dia. Quantos mais registros similares acontecem todos os dias sem que se tenha o registro da imprensa?

Após a matéria ir pro ar na sexta-feira. Uma mãe telefonou para o Litoralmania. Disse que passou nos postos de saúde e não havia pediatra. Levou seu filho no hospital e após quatro horas foi atendida.

No local, segundo ela, foi a última da fila a ser consultada. O médico se negava a seguir as consultas, pois estava completamente cansado, atendia a horas ininterruptas e avisou que era o último dia que iria para o hospital. Disse também que a população teria que se unir e protestar, pois diversas pessoas de cidades vizinhas estavam tirando o lugar dos osorienses nos atendimentos.

Não sei se esta solução seria possível, afinal Osório não quer e se julga a mais rica e principal  cidade do Litoral Gaúcho? Portanto seria o ônus a ser pago, assim como a capital gaúcha sofre também.

A situação é complicada demais. A saúde pública está quebrada em todo país e não se limita a Osório não. Mas, também não concordo com os comentários de que se está achando ruim, olhe para a cidade vizinha. O espelho não pode ser o pior jamais. O empresário não olha para suas finanças no vermelho e diz que está bom, pois o concorrente da cidade vizinha está quebrado.

O bom empresário acha solução para o problema, vislumbra um empreendedor de sucesso e tenta descobrir como ele se sobressaiu em relação aos demais.

É o que tem ser feito aqui em Osório em nossa saúde. Tirar o ranço político partidário que beneficia meia dúzia de puxa sacos ao longo do tempo e discutir uma solução que contemple a população como um todo.

Está na hora do cidadão também usar seus direitos e não se calar frente ao que julgar errado. O brasileiro é muito pacifico e nas maiorias das vezes reclama, reclama, reclama, mas em sua casa, junto com sua família. O correto é reclamar, agir e cobrar solução das autoridades, afinal são muito bem pagos para estarem ali, ou você acha mesmo que gastaram milhares de reais em uma campanha política por que só visam o seu bem?

Não tenha medo, bote a cara e cobre seus direitos, só assim, poderemos ter uma sociedade mais justa e digna para se viver.

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