Ciência e natureza – Jayme José de Oliveira

Ciência e natureza - Jayme José de Oliveira
Jayme José de Oliveira

“Há mais revolução na ciência que na política, Einstein mudou mais a maneira como vemos o mundo do que qualquer político. Mudanças são necessárias porque se não mudássemos ainda estaríamos vivendo em cavernas e ignorando o progresso”. (Carlos Rovelli, cientista italiano)

A ciência pode evoluir individualmente ou em pequenos grupos, porém a política tem que ser elaborada em conjunto, se não o for criaremos irremediavelmente o autoritarismo, ditaduras. A tirania é o passo final e a degradação humana o resultado. Os políticos costumam prometer coisas que muitas vezes não cumprem.

A ciência navega num ambiente hermético e a grande dificuldade de quem a quer divulgar é explanar com palavras simples assuntos complexos, sem descair para o simplório. As pessoas preferem ser informadas de maneira que talvez não compreendam na totalidade, jamais admitem ser enroladas com blá-blá-blás que, evidentemente, lhes tentam convencer da sua incapacidade de aprender. Não é verdade, todos somos aptos a absorver novidades, mesmo as mais complexas, desde que apresentadas de maneira compreensível.

Um exemplo é o perigo do aquecimento global tão referido atualmente em todos os escalões.Quando ecologistas extremados atribuem tudo à ingerência humana (motores de combustão interna, consumo exacerbado, fábricas poluentes, etc.) desconsiderando as contribuições milenares da natureza (vulcões, por exemplo), tornam-se inconfiáveis e mesmo os não especialistas percebem o exagero desta condução do raciocínio. Causa riso, por exemplo, a acusação de que até terremotos e tsunamis têm origem na atuação humana. Nem mesmo as bombas H detonadas no atol de Biquíni conseguiram causar danos na crosta terrestre, foram os de maior produção de energia gerados pelo homem e apesar disso, centenas, milhares de vezes menores que a desprendida por um vulcão de potência média em atividade, quanto mais os catastróficos que ocorrem de tempos em tempos.

 Em 01/11/1952, no atol de Enewetak, Oceano Pacífico, uma bomba com poder equivalente à detonação de 10 MT (10 milhões de toneladas de TNT) abriu uma cratera de 2 quilômetros de diâmetro e 50 metros de profundidade. Vaporizou 80 milhões de toneladas de rochas e seu cogumelo se elevou a 39 quilômetros de altura. As ondas de choque deram a volta ao redor da Terra e foram registradas no Observatório de Berkeley, Califórnia. Em 01/03/1954, nas ilhas Marshall, atol de Biquíni, um artefato com a potência de 15 MT gerou um cogumelo de 40 quilômetros de altura e 100 quilômetros de diâmetro. Foi o maior e mais potente detonado pelos EEUU. Nenhuma delas ocasionou danos globais permanentes, circunscreveram sua atuação às cercanias.

No dia 26/08/1883 a ilha de Krakatoa, na Indonésia, desapareceu. A sucessão de erupções do vulcão Parboewatan durou 22 horas, atirou pedras a 26 quilômetros de altura e o som da explosão foi ouvida a 5 mil quilômetros. Os efeitos da catástrofe, como poeira e cinzas circundaram o globo, causaram uma súbita queda de temperatura ambiente e obscurecimento da iluminação por aproximadamente 18 meses, levando anos para voltar ao normal. Tsunamis ocorreram em diversos pontos do planeta. Perto das ilhas Java e Sumatra as ondas chegaram a mais de 40 metros de altura. A ilha possuía 882 metros de altitude e foi riscada do mapa.

 ALGUÉM PODE CRER QUE O HOMEM PODERIA OCASIONAR TAMANHA CATÁSTROFE?

Ciência e natureza - Jayme José de Oliveira

Cientistas afirmam que a nova formação (vulcão) AnakKrakatoa pode ser ainda mais poderosa que o antigo Krakatoa. Com a explosão os três montes foram transformados num só, criando uma cratera que chega a 50 quilômetros subterrâneos, um gigantesco depósito de lava. Acredita-se que se o AnakKrakatoa atingir altitude próxima à de seu pai e se uma nova grande erupção acontecer, grande parte da população mundial e parte de toda a flora e fauna podem morrer. O AnakKrakatoa é um vulcão extremamente ativo e quase sempre é colocado em alertanível 2. Os cientistas não podem afirmar quando ele irá entrar em erupção crítica, mas já disseram que vai acontecer.

Temos que nos conscientizar que urge pararmos de afrontar a natureza. MESMO EM PROPORÇÕES MENORES, ESTAMOS PROVOCANDO TRANSFORMAÇÕES DELETÉRIAS e nossos descendentes sofrerão as consequências. A ciência que causa problemas se mal utilizada, pode e deve desbravar caminhos que nos proporcionarão conforto e qualidade de vida jamais sonhados.

A ESCOLHA É NOSSA, NÃO PODEMOS CONTROLAR A NATUREZA E O MEIO AMBIENTE, NOSSA INTERFERÊNCIA PODE, SIM, EXACERBAR OS MALEFÍCIOS!

Jayme José de Oliveira

cdjaymejo@gmail.com

Cirurgião-dentista aposentado

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