Com os pastores, acolher os sinais de Deus – Dom Jaime Pedro Kohl

Advento, tempo de preparação ao Santo Natal, tempo de piedosa esperança, tempo de irmos preparando nossos corações, nossas famílias e comunidades para a celebração festiva e alegre do mistério da Encarnação.

         O profeta Isaias nos convida a prestar atenção aos sinais: “Naquele dia, a raiz de Jesse se erguerá como um sinal entre os povos; hão de procurá-la as nações, e gloriosa será sua morada”. Essa raiz é a casa de Davi, a descendência de Israel, de onde deve vir o Salvador.

         O anjo aparecendo aos pastores comunica esta notícia: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é Cristo Senhor!”. Em seguida deu-lhes o sinal: “encontrareis um recém nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura”.

         Para eles, homens de fé simples, foi suficiente: “Vamos a Belém ver o que aconteceu. Foram, pois, às pressas e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura”. Bem conforme o sinal dado pelo anjo.

         Será esse o menino anunciado pelo profeta Isaias: “Naqueles dias, nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor; sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus”?

         Para os pastores não foi difícil reconhecer o sinal, mas para os sábios e entendidos segundo os critérios do mundo, pode não passar de mera coincidência. E nós conseguimos ver os sinais de Deus?

Não somente o menino (rebento de Jesse) é sinal, mas a família (Maria, José e o recém-nascido) é um grande sinal. Um convite dirigido a todas as famílias cristãs a viverem sua missão no mundo descrente, especialmente quanto ao valor família e da dignidade de toda pessoa concebida que espera ver a Luz.

Tudo convida a uma espera vigilante e atenta. Será que precisamos de outros sinais?

O melhor modo para prepararmos a vinda do Senhor é reunir-nos em grupos, meditarmos sua Palavra, ver e ouvir os seus sinais.

Segundo o papa Francisco: “As famílias generosas e solidárias abrem espaço aos pobres, são capazes de tecer uma amizade com aqueles que estão a viver pior do que elas. Aqui está o segredo de uma família feliz”.

Aprendamos dos pastores a acolher os sinais de Deus…

Dom Jaime Pedro Kohl  – Bispo de Osório

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