Coringa – Jayme José de Oliveira

Coringa - Jayme José de OliveiraAssisti com minha filha, Dra. Marília Gerhardt de Oliveira, o filme “Coringa”. Compartilhamos uma opinião: Será um despautério se ele e Joaquin Phoenix não forem agraciados com o “Oscar” deste ano. Desde Al Pacino em “Perfume de Mulher” não assistia desempenho tão marcante. Coringa é a metáfora dos tempos que o mundo atualmente assiste. Infelizmente.

Quando poderosos (politica e economicamente) oprimem à exaustão e ESTICAM O ELÁSTICO ATÉ ALÉM DO PONTO DE RUPTURA, independente de ideologia, classe social, crença religiosa ou etnia, os que estão encurralados RESISTEM ou ADOECEM. Porque já perderam tudo, não têm mais nada a perder. Coringa é um paradigma. Repito,os “coringas” reais não são jungidos à ideologia, classe social, crença religiosa, etnia, a nenhum parâmetro. Desnudam apenas o resultado do torniquete que arrocha os mais fracos, indefesos, os “menos iguais”. Como em “A Revolução dos Bichos” de George Orwell, os eternos “mais iguais” não se sujeitam às leis, aos costumes, à moral vigente. Lembrando Gerson, o canhotinha de ouro, buscam – e conseguem – LEVAR VANTAGEM EM TUDO.

”Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias é, com certeza, um dos mais expressivos poemas escritos por um brasileiro. Homens que não aceitam cabrestos, que têm honra, desprendimento e coragem como estandartes sempre existiram. O jovem guerreiro tamoio, estimulado pelo pai, se ombrearia com orgulho e altivez aos jovens e velhos de hoje que não permitem serem atrelados a grupos oligárquicos, sejam quais forem. Certa vez, respondendo ao questionamento de umcandidato sobre o motivo pelo qual não me filiava a partido político retruquei: “Não me PERFILHO hoje para não ser instado a me PERFILAR amanhã”.   O Brasil já teve inúmeras caídas e recaídas, ditadores e chefes eleitos que nos envergonharam e envergonham. Não adianta trocar seis por meia dúzia. Urge que nos desvencilhemos de cangas, freios e até rabichos.

Não aceito o que Amaro Juvenal (pseudônimo de Ramiro Barcelos) escreveu no poema “Antônio Chimango”:

“Homem é bicho que se doma

Como qualquer outro bicho;

Tem às vezes seu capricho,

Mas logo larga de mão;

Vendo no cocho a ração,

Faz que não sente o rabicho”.

Voltemos à “Canção do Tamoio”. Quando um pai fala ao filho como é a vida real e como se deve proceder no dia a dia, frisa que não podemos arrepiar ante a luta, mesmo sangrenta e constante, ou seja, é preciso trabalhar sempre, permanecer firme diante dos diuturnos  confrontos. O maior, o mais perigoso e ardiloso inimigo está dentro de nós, para vencer as desconformidades precisamos muitas vezes contrariar a inclinação natural de levar vantagem em tudo. Manter esta atitude exige sacrifício, paciência e tenacidade. É duro, porém indispensável. Lembremos o introito do poema:

“Não chores meu filho;

Não chores, que a vida

É luta renhida;

Viver é lutar,

A vida é combate

Que os fracos abate,

Que os fortes, os bravos

Só pode exaltar”.

A FASCINANTE MINA DE SAL DE WIELICZKA

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Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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