Deixem o Sol brilhar…

“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas, não vim destruí-los, mas dar-lhes cumprimento”.
(Mateus, 5:17)

Minha mente que brilha, meu espírito transparente muito hão de reforçar os seus cuidados. Interagir com lisura, de peito a descoberto ante a arrogância e o orgulho de quem se julga “rei (ou “rainha”!) da cocada preta” está por demais temerário. Mas, como diria minha velha mãe, “não como nas orelhas de ninguém!”. Portanto, essa temeridade não me invade.

Vive-se sob a égide das sombras e da desconfiança. Não há mais um padrão de conduta. Todos os meios, éticos ou não, são tácitos e peremptoriamente válidos. Como preconizou Maquiavel, os fins justificam os meios.

Buscar o nascedouro e a culpa da perda dos verdadeiros valores é lançar-se à ilusória empreitada. Muitas seriam essas fontes: nossas origens de pré-descoberta das terras brasiliis, o imorredouro clientelismo e corporativismo político desde os tempos imperiais. O histórico “jeitinho”, corrupto e corruptor, como se a canhota lei de “levar vantagem em tudo” fosse fruto exclusivo da “inteligência” do brasileiro. Onde está liberdade de pensamento e expressão? Onde ficou o polêmico programa radiofônico? Vendido por “trinta tostões” para garantir a folha de pagamento?

Ante isso tudo, eu jamais vestiria a toga de emérito julgador para, de sã consciência, sumariamente condenar a pessoa que, equivocadamente, me identifica e vê como fator de risco à sua sobrevivência ou à falsa condição de estrela. E que, subjugada por determinação superior e arbitrária, ou por uma sintomática neurose infantil, boicotou meus pequenos devaneios.

Compreensivelmente não a poderia condenar. Está gravado no inconsciente coletivo que todo o “novo” ganha o arquétipo de ameaça em potencial à “ordem”(?) individual previamente estabelecida.

Assim como agora, de forma límpida e transparente, estou professando de que não vim para invadir o “espaço” de quem quer que seja e sim ser apenas mais um na constelação, não posso pura e simplesmente ser um bíblico Jó em sua interminável paciência.

Joguemos, sim! Mas joguemos às claras, transparentes e leais. Lutemos, juntos, o bom combate, que não dizima os exércitos, mas que unifica e encaminha ao desenvolvimento desde a pequena comunidade até a própria Nação.

Do contrário, estaremos perpetuando e enaltecendo a frase dita por um efêmero participante ao ser eliminado de um desses alienantes bigues bróderes da vida:

“À medida que vou conhecendo os homens, amo, cada vez mais, os cachorros”.

* O título é a versão de “Let’s the sunshine…” (do musical “Hair”)

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