Deu a louca no Palácio do Planalto

Deu a louca no Palácio do Planalto
Sérgio Agra Escritor – Autor dos livros “Mar da Serenidade”, O Corpo de Gioconda” e “Ryujin, o Dragão Mágico

Presenteei-me nos derradeiros quinze dias de 2014 às amenidades que somente a alienação pode contemplar: não li jornais, não assisti a noticiários das redes de televisão, deletei e-mails ou mensagens no feicibuque que fizessem menção ao governo federal, empreiteiras e seus conchavos, fraudes e roubalheiras e o toma-lá-dá-cá escancarados e a céu aberto (calada da noite é para amadores, para o refugo como Maluf e para quem se deixou sofrer impeachment). Injetei-me o contraveneno ao deboche do autorreajuste salarial dos nobres(???) senadores, deputados, vereadores e o efeito dominó aos magistrados, ao MP (não bastasse o amoral auxílio moradia). Sequer soube dos atentados ou das degolas praticados pelos terroristas do EI. O que não pude ignorar, por supuesto, foram os algarismos da caixa registradora dos supermercados e das farmácias.

A volta à realidade se deu com a insistência do The Voice – sim, ele mesmo! –, Frank Sinatra, a martelar-me os ouvidos com o verso primeiro da antológica My Way: And now the end is near – E agora o fim está próximo!

Porque só pode ser o fim, senão da humanidade, do Brasil, como Nação, como gente, como povo.

Médicos, alguns de renome, conceituados diretores de conhecidos complexos hospitalares se atiraram como hienas famintas e sanguinárias sobre infelizes portadores de reumatismo, artrite e artrose, coagindo-os, constrangendo-os a serem pacientes de superfaturadas cirurgias e implantes de próteses, em mais de 90% dos casos, desnecessários. Isso sem considerarmos a “indústria das liminares” para a obtenção dos benefícios do SUS ou do IPERGS.
As instituições – o governo, o parlamento, a Petrobrás, o Banco do Brasil, o BNDS, os Correios – estão falidas. Não mais são confiáveis. O Brasil está falido. O Brasil não é confiável. O Brasil é um saco de gatos!

Alguns arautos da governança afirmam que, agora sim, a presidente Dilma Rousseff decidirá e responderá – tão somente ela – pelos atos da presidência.
Será?

A “Coisa Maligna” não estará, ainda manipulando os cordéis de sua títere? E o encarceramento advindo dos partidos que compõem as bases aliadas(?), em troca do loteamento de cargos para o primeiro, para o segundo, para o terceiro e os infindáveis escalões da máquina publica?  E a esdrúxula (para não dizer outro termo) nomeação de diversos nomes que comporão os TRINTA E NOVE Ministérios?

Duvidam?

A nomeação de Aldo Rebelo como ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. Rebelo foi autor de um projeto que visa proibir a adoção de inovações tecnológicas nos órgãos públicos, com a justificativa de preservar empregos. O raciocínio do ministro é o seguinte: para assegurar o trabalho das datilógrafas e dos operários das fábricas de máquinas de escrever, não haveria computadores no serviço público brasileiro. Sério! O ministro da Inovação Tecnológica apresentou um projeto contra a inovação tecnológica! Há outra proposta de Aldo Rebelo: a de substituir as festinhas de Halloween pelo Dia Nacional do Saci-Pererê.

O flamante ministro da Educação, Cid Gomes, diz que os professores não devem trabalhar por dinheiro. Segundo ele, os policiais e os professores devem trabalhar só por amor; se quiserem dinheiro, devem procurar a iniciativa privada. Agora os senadores, governadores, deputados, ministros, vereadores… , esses, sim, podem trabalhar unicamente visando apenas o dinheiro e outros ganhos recorrentes?

O ministro dos Esportes, um tal pastor George Hilton, foi expulso do PFL sob acusação de corrupção. Ele foi expulso do PFL por ser acusado de corrupção. Foi expulso do PFL! Por corrupção!

Garotinho vai para uma vice-presidência do Banco do Brasil, e o ministro dos Transportes enfrenta processos na Justiça e já foi condenado a devolver R$ 70 milhões aos cofres públicos.

Dona Dilma, Dona Dilma, confesse: “Quem” é o “bicho” que ainda está lhe “mordendo”?

Sergio Agra
agraeagra@terra.com.br
Escritor – Autor dos livros “Mar da Serenidade”, O Corpo de Gioconda” e “Ryujin, o Dragão Mágico

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