foto-de-capa-2Muito ouvimos e experimentamos sobre a paternidade de Deus. Deus Pai, aquele que projeta, que libera o destino, que afirma, que lembra no que você é bom, que impulsiona a viver sonhos maiores que você mesmo. Mas devido as circunstâncias atuais e, levando em conta o tempo escuro que temos vivido econômica e socialmente como nação, como Igreja, como família e sociedade, percebo que Deus deseja nos revelar outra parte de seu caráter: seu coração materno. Para haver uma construção sólida no caráter e no emocional de um indivíduo, sabemos que a família é a base fundamental e deve ser preenchida pelos papéis de pai e mãe, figuras que influenciam na criação e formação do ser.

Deus tem desconstruído muitas coisas em nós para construir através de nós uma Igreja madura que sabe quem é e que sabe pra onde vai. Nesse novo nível de intimidade proposto, Ele tem nos nos colocado em situações onde a nossa escolha é confiar ou confiar. Dependência total e inteira de um pai que te encoraja a caminhar, mas também que estende seus braços como uma mãe sábia e amorosa quando você cai, te colocando no colo e mostrando que todas as suas necessidades básicas e pequenas do cotidiano podem ser supridas, quando se escolhe viver a plenitude do Seu amor e Sua palavra.

Somos a geração mais bem informada, fato. Só que toda essa informação nos dá às vezes uma falsa impressão de estarmos prontos a cumprir o chamado de Deus pra nós, nos levando à uma independência nada saudável. A ansiedade em FAZER, gerada pelo excesso de confiança em si mesmo e no próprio entendimento, nos torna surdos e cegos em relação à discernir os tempos e as estações de Deus pra nós.

Acredito que mais que um “envia-me a mim”, ou um “o que você quer que eu faça, Deus?”, Deus tem buscado uma geração que está disposta a esperar a sua vez. Que está disposta a amar mais o Deus da missão do que a própria missão, uma geração que abre mão dos seus prazeres e do seu querer, pra apenas descansar nos braços de um Deus que é também mãe e que se importa com os detalhes do cotidiano dos filhos, que está atento às necessidades básicas e que nos ensina a viver por fé, confiando no Seu amor, independente de uma crise nacional, mundial, global.

Me parece que é preciso nesse tempo, voltarmos ao processo de amamentação em que todo o escuro, todo o deserto, todos os medos, todas as circunstâncias que nos pressionam e tentam nos abalar sejam apenas treinamento, oportunidades de extrair o alimento necessário para nos manter satisfeitos para um futuro bem próximo. Durante a amamentação, a mãe propicia ao bebê os nutrientes necessários, calor, proteção. É ali onde é estabelecido o vínculo mais forte entre mãe e filho. É durante a amamentação que a intimidade entre a mãe e o bebê cresce, é pele com pele, olhos nos olhos. E aquilo que está na mãe, que antes era passado pelo cordão umbilical ao bebê, continua sendo transferido pela amamentação.

Sabe, é essa conexão com Ele que não devemos perder. Esse vínculo mãe e filho. Essa certeza de proteção, de calor, de cuidado que só Ele supre. Que possamos nos permitir viver não só a paternidade de um Deus infinito, mas também seu coração materno. Não esqueça que além de tudo, esse Deus lindo é também mãe.

“Senhor, o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas grandiosas nem maravilhosas demais para mim. De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a minha alma é como essa criança. Ponha a sua esperança no Senhor, ó Israel, desde agora e para sempre!”. – Salmos 131:1-3

Erica Matos é membra e responsável pela Comunicação na IBFO. Tem a arte de escrever como uma paixão.

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