Essas Mulheres extraordinárias e suas lições de vida

“Sim, minhas vozes eram de Deus! Minhas vozes não me enganaram!” (Joana D”Arc – (1412/1432 – quando as chamas a envolvem e lhe mordem as carnes).

“Você já foi usada, não permita que a amansem” (Isadora Duncan – 1877/1927).

“Nada na vida deve ser temido, somente compreendido. Agora é hora de compreender mais, para temer menos” (Marie Curie – 1867/1934).

“Eu faço qualquer coisa que me dê alegria e dinheiro, seja Shakespeare ou Gloria Magadan” (Leila Diniz – 1945/1972).

“Quem não sabe chorar de todo o coração também não sabe rir” (Golda Meir – 1898/1978).

“Não tenho tempo de desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão, do encontro e do entendimento entre as pessaos” (Elis Regina – 1945/1982)

“Há dois tipos de pessoas: as que fazem as coisas e as que que ficam com os louros. Procure ficar no primeiro grupo, há menos competição lá” (Indira Ghandi – 1917/1984).
 
“Logo no início, na realeza, vi que precisava aprender muito rápido, porque ou eu afundava ou nadava. E eu nadei” (Princesa Diana – 1961/1997).

“As mulheres americanas estão impedidas de crescer até atingir sua capacidade humana total” ( Betty Friedan – 1921/2006).

“Nas grandes cidades, as pessoas morrem de solidão. Esta é uma pobreza muito mais amarga do que a da falta de comida” (Madre Tereza de Calcutá – 1910/1997).

Pelo transcurso deste oito de março, Dia Internacional da Mulher, rendo minha enternecida homenagem a todas as mulheres, não apenas as que mudaram, definitivamente, os rumos da História, como as que fizeram e fazem a nossa própria história individual: avós, mãe, nossa mulher, a companheira de jornada, as babás que nos acalentaram e suportaram nossa infantil arrogância e prepotência, a primeira e grande mestra, nossa eficiente secretária e, por que não?, a sogra.

Desejaria infinitamente ser o rei Salomão, sem haver escrito o Cântico, sem ser o rei Salomão, pois que mulheres mais vale amá-las que cantá-las; e ninguém mais as teve e amou que o rei Salomão, e tanto e a tantas que eu às vezes duvido que lhe sobrasse tempo para cantá-las em seus versos. Louvo, não em cânticos, mas com as remembranças de quatro do abençoado universo feminino que, à sua maneira, escreveram a História.

Joana d’Arc foi uma das mulheres mais fortes e guerreiras que o mundo já conheceu. Heroína da Guerra dos Cem Anos, ajuda a libertar a França do domínio inglês. De família modesta, nasce em Domrémy e, aos 13 anos, afirma ouvir vozes divinas lhe pedirem para salvar a França da mão dos ingleses. Durante cinco anos, mantém essas mensagens em segredo. Em 1429, deixa sua casa na região de Champagne e viaja para a Corte do rei francês Carlos VII. Convence-o a colocar as tropas sob seu comando e parte para libertar a cidade Orléans, sitiada pelos ingleses há oito meses.

À frente de um pequeno Exército, derrota os invasores em oito dias, em maio de 1429. Um mês depois, conduz Carlos VII à cidade de Reims, onde ele é coroado no dia 17 de julho. A vitória em Orléans e a sagração do rei reascendem a esperança dos franceses de libertar o país. Na primavera de 1430, Joana retoma a campanha militar e tenta libertar a cidade de Compiègne, dominada pelos borgonheses, aliados dos ingleses. É presa em 23 de maio do mesmo ano e entregue aos ingleses. Interessados em desacreditá-la, eles a processam por bruxaria e heresia. Submetida a um tribunal católico em Rouen, é condenada à morte depois de meses de julgamento. É queimada viva na mesma cidade em 30 de maio de 1431, aos 19 anos. A revisão de seu processo começa a partir de 1456 e a Igreja Católica a beatifica em 1909. Em 1920, é declarada santa pelo Papa.

A breve história da atriz Leila Roque Diniz foi como um terremoto a sacudir os usos e costumes da sociedade brasileira – especialmente nos anos 60, quando ela se transformou no maior ícone da liberdade feminina. Leila desafiava, enfrentava, estimulava e divertia os brasileiros com atitudes e simbolismo. No plano pessoal, desafiava regras que julgava impostas: era capazes de dizer palavrões em público, dar entrevistas em que revelava preferências sexuais ou trocar de namorado sem dar satisfações a ninguém. Em 1969, em entrevista ao jornal alternativo Pasquim, motivou a lei de censura prévia, apelidada de Decreto Leila Diniz, produzida pelo ministro da Justiça, Alfredo Buzaid. “Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra. Já aconteceu comigo”, dizia. Sua imagem mais célebre, de 1971, na qual posou grávida de biquíni, na praia carioca de Ipanema.

Sete meses depois do nascimento da filha Janaína, Leila morreu no acidente aéreo. A atriz voltava da Austrália, onde participara do Festival Internacional de Adelaide para promover o filme Mãos Vazias. Leila havia antecipado o vôo de volta por causa da saudade que sentia da filha. Mãe devotada, morreu aos 27 anos e deixou um exemplo para sua geração: Leila viveu a vida com autenticidade, espontaneidade, irreverência, alegria e muita paixão.

Betty Friedan foi uma combativa feminista que causou uma verdadeira revolução nos anos 60 com seu livro A Mística Feminina”.”Este problema sem nome é mais grave para a saúde física e mental de nosso país que qualquer doença conhecida”, afirmou Betty nessa obra, publicada em 1963, que deu um novo impulso ao feminismo nos Estados Unidos. Seu best seller identificava uma infelicidade na mulher do pós-guerra e suas noções tradicionais de vida de mulher doméstica.
A idéia para A Mística Feminina surgiu de um encontro de ex-alunos Smith College, onde comprovou que suas antigas colegas estavam tão insatisfeitas em sua vida do lar como ela. Na obra, Betty se queixava da perda de potencial das mulheres dos EUA pela discriminação social, e denunciava que elas eram vítimas de um sistema que as forçava a encontrar satisfação pessoal de forma indireta, através do êxito de seus maridos e filhos. Fundou com Pauli Murray a Organização Nacional de Mulheres dos EUA, uma associação que promove a igualdade de oportunidades.

Madre Teresa de Calcutá, cujo nome verdadeiro é Agnes Gonxha Bojaxhiu, foi uma missionária católica albanesa, nascida na República da Macedônia e naturalizada indiana beatificada pela Igreja Católica. Considerada a missionária do século XX, concretizou o projeto de apoiar e recuperar os desprotegidos na Índia. Através da sua congregação “Missionárias da Caridade”, partiu em direção à conquista de um mundo que acabou rendido ao seu apelo de ajudar o mais pobre dos pobres.

Ao primeiro lar infantil ou “Sishi Bavan” (Casa da Esperança), fundada em 1952, juntou-se o “Lar dos Moribundos”, em Kalighat. Mais de uma década depois, em 1965, a Santa Sé aprovou a Congregação Missionárias da Caridade e, entre 1968 e 1989, estabeleceu a sua presença missionária em países como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos da América, Ceilão, Itália, antiga União Soviética, China, etc. O reconhecimento do mundo pelo seu trabalho concretizou-se com o Templeton Prize, em 1973, e com o Nobel da Paz, no dia 17 de outubro de 1979. Morreu em 1997, aos 87 anos, mas o seu trabalho missionário continua através da irmã Nirmala, eleita no dia 13 de março de 1997 como sua sucessora. Um de seus pensamentos era este: “Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”.

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