Faça a sua opção – Jayme José de Oliveira

PONTO E CONTRAPONTO- por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

FAÇA A SUA OPÇÃO

As ditaduras, além dos horrores que praticam, deixam um efeito colateral que passa despercebido para a maioria das pessoas e, por outro lado, é aproveitado pelos crápulas para se beneficiarem. O autoritarismo sanguinário, após a queda dos tiranos, confunde-se com a autoridade que, esta sim, é base da democracia, quando se limita a combater o crime sem exacerbar na prática. Confundir AUTORIDADE com AUTORITARISMO é um erro funesto, os delinquentes surfam na onda e levam a população a lançar um olhar benevolente aos que merecem apenas repúdio e crítica.

Vejam no Brasil, quando ocorre um enfrentamento entre criminosos e forças da ordem, se resulta em feridos e ou mortos, qual a manchete usual? “Violência policial causa mais vítimas”. Contam-se nos dedos as ocasiões em que se aponta o dedo acusador aos fora-da-lei.

Apresento dois fatos ocorridos um em Porto Alegre e o outro em Londres:

LONDRES – Um homem foi morto a tiros pela polícia após esfaquear pessoas, perto da London Bridge. “Posso confirmar que o criminoso morreu no local”, declarou à imprensa Neil Baru, um dos responsáveis pela polícia antiterrorista, (Informações da AFP, agência internacional de notícias).Desde o início até a intervenção policial houve um hiato de 7 minutos entre a comunicação do fato e a ação,que foi decisiva para evitar maior número de inocentes mortos. Tarde demais para duas pessoas.

PORTO ALEGRE – Em janeiro de 2002, após manter reféns dentro de um lotação por 27 horas, o sequestrador João Sérgio dos Santos Pereira entregou o revólver calibre 38 e se rendeu. Foi protegido pelo Secretário de Segurança, José Paulo Bisol que o abraçou e alegou ter agido desta maneira em conformidade com ação característica de sua gestão, querendo desmilitarizar a Brigada Militar: “Eles são submetidos a uma educação militar antidemocrática”.

Em coluna anterior abordei as ocorrências de policiais assassinados por bandidos, lamentando a leniência com que são tratados os criminosos. Em sua coluna semanal (Zero Hora), Luís Fernando Veríssimo afirma que um endurecimento significativo das penas significaria um retrocesso jurídico vergonhoso. Cito alguns tópicos da coluna:
“Duas leis em gestação partem de Brasília, uma instalaria no Brasil o princípio do excludente de ilicitude, a outra propõe que a Polícia e as Forças Armadas estejam autorizadas a atirar primeiro”. Sobre as depredações patrocinadas pelo MST, com depredação do patrimônio e abate de animais, inclusive domésticos, minimiza os prejuízos decorrentes dessas invasões. Palavras do colunista Luís Fernando Veríssimo:
“A história da luta pela terra no país está cheia de sangue e a maior parte é sangue de quem só pedia um pouco de chão para trabalhar. Agora, se passar a lei que arma proprietários, as notícias serão mais frequentes e sangrentas”.

“Seria uma autorização dada às forças da ordem para reagir à DESORDEM sem se preocupar com os limites”. “O Congresso pode repelir os projetos, proteger indiciados ainda que DEBILITANDO A DEMOCRACIA e assim zelar pela própria biografia”. Vejam, o colunista ressalta que a aprovação da lei seria para proteger a DESORDEM e evitar que se DEBILITE A DEMOCRACIA(???).

O leitor pode e deve analisar os argumentos e decidir, livremente, a opção que apoia e pretende seja adotada. Abrigar sob o guarda-chuva da impunidade malfeitores ou apoiar, decididamente, as forças da lei para que protejam os que obedecem a legislação. Ficar em cima do muro é uma opção inaceitável.
Faça a sua escolha.

Faça a sua opção - Jayme José de Oliveira
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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