zxzO golpe do bilhete premiado é sem dúvida um dos mais tradicionais e antigos do Brasil.

Segundo alguns relatos, os primeiros casos remontam até os anos quarenta, mesmo assim até os dias de hoje ainda há vítimas quase todos os dias no país.

Em Osório, nesta quinta-feira, uma senhora acabou caindo no “conto”. Ela foi abordada por uma mulher que dizia ter um bilhete de loteria premiado e um homem (ele se passou por interessado no suposto prêmio). Dando a desculpa que não podia retirar o dinheiro naquele momento, a mulher propôs dar parte do valor a vítima por uma quantia em dinheiro.

A senhora convicta que ganharia o prêmio, se dirigiu até as agências do Banrisul, onde sacou R$ 10 mil e entregou aos estelionatários. Após dar o valor, ela circulou de carro com a dupla, até parar em uma lancheria, onde foi abandonada após comprar um lanche.

Outro caso semelhante ocorreu no mesmo dia, em Torres. Uma senhora foi abordada por uma pessoa que simulou ter um bilhete premiado, logo apareceu outra manifestando interesse.

A vitima foi até o Banrisul e Bradesco, onde sacou R$ 12 mil e entregou aos estelionatários. Novamente os criminosos andaram de carro com vítima, até parar em uma lancheria para realizar uma compra, sumindo na sequência.

O golpe

O roteiro clássico é o seguinte:

O golpista, com jeito de caipira pouco esperto ou de pessoa humilde, pede informações sobre o endereço de uma agência da Caixa Econômica Federal dizendo que é para receber um prêmio de loteria ou outro sorteio.

As vítimas típicas são pessoas idosas, às quais é mostrado o bilhete premiado (forjado ou falso), juntamente com um documento da Caixa Econômica Federal (também falso ou forjado) constando o número do bilhete premiado e o valor do prêmio.

Se for concurso tipo “mega sena” será mostrado um comprovante dos números sorteados (verdadeiro ou falso) e um falso bilhete com aposta nos mesmos números.

Às vezes eles apresentam um verdadeiro bilhete com aposta nos números ganhadores de um concurso anterior (veja exemplo abaixo), e um comprovante dos números sorteados naquele concurso, contando com a falta de atenção da vítima quanto ao número do concurso.

Em alguns casos o bilhete é forjado com o número de um bilhete que realmente ganhou, assim o documento para comprovar o sorteio não precisa ser falsificado (pode ser um jornal).

A caminho da Caixa Econômica, e depois de muita conversa, o golpista propõe à vítima de lhe vender o bilhete premiado por uma fração do seu valor.

Em alternativa poderá apresentar a proposta como um pedido de ajuda para resolver problemas. Ajuda na qual a vítima supostamente sairia ganhando.

Para justificar a generosa oferta dirá que tem pressa porque o ônibus para sua cidade parte em 15 minutos, que esqueceu ou perdeu os documentos (e não pode retirar o prêmio), que está desorientado com a burocracia ou com a “cidade grande”, que é analfabeto, que tem alguém esperando ele, que a mãe dele está no hospital etc…

Se a vítima cair nesta conversa sacará o dinheiro da própria conta bancária e o entregará ao golpista em troca de um bilhete que não vale nada. Existem casos onde o golpista, em vez de dinheiro (que pode não estar disponível na conta da vítima), aceita valores como jóias etc…

Existem variantes onde, para pressionar ou incentivar a vítima a ir sacar seu dinheiro no banco, no meio da conversa com o golpista que oferece o bilhete, aparece um comparsa se dizendo pronto a comprar o bilhete (aí a vítima pode achar que está perdendo um bom negócio), ou se oferecendo como sócio da vítima na compra do bilhete e mostrando parte do dinheiro necessário, ou ainda, prestativo, ajuda, ligando com o seu celular, a verificar que o bilhete é mesmo “premiado” !! (sic).

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