Grenalização

Após a lambada de 7 x 1 que a Seleção Brasileira levou da poderosa equipe alemão fica minimamente constrangedor nos autointitular de o País do Futebol ou, como já alguém dissera “O Brasil de Chuteiras”. Por ora, abstenhamo-nos de pueris louvores.

Não obstante correm, concomitante e celeremente o Campeonato Brasileiro, Séries “A”, “B”, “C” e “D”, Copa do Brasil, enfim, certames que envolvem clubes e agremiações praticamente de todo o Brasil.

O Rio Grande do Sul, é conditio sine qua non, sempre foi por nós considerado “diferente” dos demais Estados Brasileiros.Não poderia, via de consequência, igualar-se ao demais – e, tanto assim é, que somente nossas façanhas servem de modelo a toda a Terra – no terreno do futebol: ou o torcedor é Gremista ou ele é Colorado. Ou ele, antes, torce contra o rival para, depois, aí sim, torcer pelo time de seu coração.

E essa polarização de sentimentos clubísticos, com o passar dos anos, transfigurou-se em um monstro de irracional e descontrolada violência, sobretudo entre as malfadadas “torcidas organizadas”, maquiadas sob o manto de “grenalização”

Em algum momento da História, equivocadamente, sobretudo aqui no nosso Rio Grande, alguém decidiu que partidos políticos também seriam dois: PT X Outros, quando, nos “Outros”, esse “alguém” não percebeu, alinhavam-se, igualmente aos petistas, simpatizantes das ideologias de esquerda socialista. Mas eles, os “outros”, todos foram lançados no “imbróglio” dos reacionários de direita.

Então, aqui, ou se é eleitor do PT ou se é contra o PT. Ou se é petista ou antipetista.

Tudo errado, tudo equivocado!

Mas o avassalador tsunami político-partidário, a exemplo das torcidas de Grêmio e Internacional, adquiriu suas monstruosas formas eivadas de descontrolados ódio, raiva, preconceitos. E, como as reles torcidas futebolísticas “organizadas”, partiu-se para a “grenalização” político-partidária.

Os comentários postados pelos mais diversos leitores no decorrer da existência deste polêmico Litoralmania que o diga. A raiva e o ódio foram, com o tempo ganhando terreno não somente nas discordâncias de ideias mas, infelizmente, para a agressão e ofensa pessoais.

A maioria dos colunistas atingidos, “engoliu no seco” e não se valeu (a maioria) do direito de resposta no mesmo espaço. É o antigo dito: quem sai na chuva arrisca-se a se molhar”. Concordo, desde que não ultrapasse a linha do respeito à pessoa de quem se manifesta.

Por essas questões, ocorreu, recentemente, não desejado incidente em que o “calor do momento” conduziu articulistas desse jornal eletrônico à troca de farpas descabidas e inadmissíveis. Menos mal que o incidente a que me refiro limitou-se a “circuito interno”, sem estragos ou danos às partes envolvidas visíveis aos leitores.

Estabeleceu-se, tácita e civilizadamente, um limite ético e de respeitabilidade, atendo-se – artigos e comentários dai decorrentes – somente no campo das divergências de ideias. E, quem sabe, o início da caminhada que apregoava a velha marcha-rancho:

“Bandeira branca, amor, Não Posso Mais / Pela Saudade / Que Me Invade / Eu Peço Paz…”

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