Independência quando? E para que? – Suely Braga

Suely Braga

INDEPENDÊNCIA QUANDO?  E PARA QUE?

SUELY BRAGA

Mais um ano, 2020, e nos encontramos no dia sete de setembro, o Dia da Independência do Brasil.

O que podemos comemorar neste sete de setembro de 2020, em pleno Século XXI? Onde estão nossos valores: patriotismo, respeito à pessoa humana, aos direitos fundamentais do ser humano, respeito à Constituição Brasileira, à Democracia ainda tão jovem em nosso país? Onde estão o amor, a fraternidade, a solidariedade?

Na sociedade globalizada, na qual o avanço do progresso e da tecnologia, numa sociedade individualista, consumista, onde manda é o dinheiro, através dos grupos econômicos, dos banqueiros que buscam sempre mais lucro, onde todos andam em busca do “TER” cada vez mais.

O que vemos atualmente é uma Corte Suprema e um STF parcial, um assalto à Constituição, transformando- a numa colcha de retalhos e um jeito de acabar com a Democracia. Incitarem nas redes sociais, facebooks e e-mails com fotos e frases criminosas, comunados com a Mídia golpista o golpe na Democracia que recém saiu de uma brutal Ditadura militar.

A crise no Brasil vem desde 1500 e vem se propagando ano a ano. A corrupção já começou com a Coroa Portuguesa.

Quem sofre com tudo isso é a população trabalhadora que faz a riqueza do país. Justamente os mais pobres e excluídos do bolo da riqueza de nosso rico Brasil.

Se olharmos para nosso país vemos um país no fundo do poço. Um pais onde se instalou o caos.

Todos estão na rua reclamando seus direitos que foram destituídos.

O governo usa métodos autoritários para reprimir os protestos. Coloca o Exército e as Forças Armadas para dispersar os manifestantes.

A Educação, a Saúde e a Segurança foram abandonadas pelo Governo e o medo se instalou na população. O governo desmontou o país, vendeu e continua vendendo e privatizando todo o nosso patrimônio e entregando-o aos estrangeiros.Especialmente A Floresta Amazônica, “Pulmão do Mundo”.

O Brasil que era considerado a oitava potência do mundo, transformou-se numa republiqueta de bananas, achincalhado pelo mundo inteiro.

Independência onde, quando?

Enquanto houver fome, miséria, crianças nas sinaleiras à cata de ajuda, moradores de rua morrendo de frio, abandonados e assassinados, procissão de sem terras clamando por um pedaço de terra, num pais rico em terras, onde nunca houve reforma agrária e os índios, os verdadeiros donos das terras, expulsos e dizimados. Enquanto houver preconceito e ódio contra os diferentes: negros, pobres, quilombolas, gays, transexuais, ativistas e jornalistas assassinados por lutarem por mudanças no país, perseguição aos que realizam protestos, às vozes que se levantam na multidão, enquanto não houver liberdade de imprensa e expressão, enquanto o país viver em ditadura, com um presidente demente e ditador não HAVERÁ INDEPENDÊNCIA.

Nada temos para comemorar neste Sete de Setembro.

Vamos de mãos dadas erguer nossas Vozes: Gritar nossa indignação.

Como disse o EDUCADOR PAULO FREIRE: “ Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de perder sua coragem de anunciar e denunciar. Na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo, anunciar e denunciar. ..”

“É de gelar a alma o silêncio da sociedade diante da tragédia que estamos vivendo. Que Deus e o povo organizado nos salvem. ”

LEONARDO BOFF: TEÓLOGO, SOCIÓLOGO, FILÓSOFO, ESCRITOR E ECOLOGISTA.

Vivamos com amor e solidariedade. O amor tem a força de curar dores e até salvar o mundo.

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