Medo de morrer ou medo de viver – Silma Borges Terra

Sentada na poltrona que acomoda bem a minha coluna, fico em torno de 30 minutos estagnada, sem mover-me, apenas os meus pensamentos giram, rodopiam, saltam como um bailar de macacos nas árvores. Busco sentir a respiração e lentamente encho os pulmões e solto o ar. Faço isso várias vezes e meus pensamentos, então, começam a se acomodar e busco entender o que está acontecendo com as pessoas e, consequentemente, com o mundo.

Mais difícil do que ficar dentro de casa é olhar para dentro de si. Quando não conseguimos olhar para dentro de nós, olhamos para fora. Sendo assim, o medo e a ignorância afloram. Temos dificuldade de enfrentar as mudanças, algo novo, ainda mais o invisível.

É preciso mudar o mindset. Romper com o pensamento que se baseia exclusivamente no que já se sabe ou já se viveu. Tempos de ruptura, disruptura, novos tempos, uma reeducação ou um aprender por você mesmo, uma nova maneira de pensar e, consequentemente, agir. Estamos prontos pra isso?

Como saber quem somos verdadeiramente?

A ociosidade causada pelo isolamento social nos faz ver minúcias antes nunca reparadas. Sentada na poltrona observo minha casa e vejo que a organização dos livros pode ser melhorada. O barulho da máquina de lavar até assusta – nossa, não parecia ser tão barulhenta. Meus olhos vão lentamente observando todos os ambientes e chego à conclusão que muita coisa pode ser aperfeiçoada na organização da casa, dos armários. Abro as portas de um deles e aparecem quatro caixas de gelatina. Onde estavam que nunca as reparei? Fiz as quatro e coloquei em taças jamais usadas.

Chegou o momento de parar e olhar para nós mesmos, enfrentar os nossos medos e assumirmos que não sabemos tudo – sim, somos ignorantes, não temos como saber tudo -, mas o que nos diferencia é a vontade e humildade em aprender.

É isso que deixa o ser humano em pânico na pandemia: o parar, o ter de olhar para si e para os seus. A desculpa da falta de tempo, não dá mais para dizer. O que vou fazer 7, 14, 30 dias cercado de paredes? Olhar para a casa que abriga minha família, reparar na parede que possui uma umidade e precisa ser tratada?

Estou em home office, como organizar-me para isso? Horário e o ponto a ser batido? Não, meu trabalho não permite home office. Vou passar assistindo filmes e séries com uma bacia de pipocas?

Ou aproveitar o tempo para uma reciclagem, fazer um curso on-line ou ler bons livros? Ou simplesmente parar para pensar e encontrar o verdadeiro eu?

Mudar um hábito leva tempo e exige um esforço repetitivo e consciente, não é automático. Eu por duas vezes fui obrigada a parar – nas duas vezes que tive câncer – e foi aí que a autoconsciência do que estava acontecendo ajudou-me a ter autocontrole sobre minhas atitudes e, consequentemente, sobre a minha vida.

Gosto de ousadia, já digo isso há muito tempo, não me sugira mesmice. Gosto de arriscar soluções, de desafios, formular perguntas jamais perguntadas, assumir os riscos e, se errar, aprender com os erros. Não é um caminho fácil, exige esforço, resiliência e coragem.

O ser humano carrega muitas crenças limitantes e assumirmos essa vulnerabilidade, questionar, desafiar, eliminá-las de dentro de nós é caminho de sucesso, acredite. Busque levar teus dias com mais leveza, com a curiosidade de uma criança, mas a consciência de que futuro é inevitável. Encará-lo com empatia e amor pode fazer com que você tenha uma vida com mais otimismo. Faça isso, olhe para dentro de você sem medo de viver, as descobertas serão inevitáveis e você terá uma vida com mais realizações e satisfações.

Somente você pode optar pela vida que você quer, somente você tem o poder da mudança. Amplie suas habilidades diariamente e se supere o tempo todo.

Aprender, aprender, aprender e usar toda a nossa capacidade sem julgamentos e medos, acreditar que o sucesso é uma constante viagem e não um destino ditado ou imposto.

Cá estou eu, olhando ao meu redor, sinto uma fome interior porque sei que a transformação vem de mim, não devo aguardar que o mundo apresente tudo pronto. Estamos enfrentando um período de crise global. O Coronavírus (Covid19) se propaga assustadoramente, não respeita fronteiras, raça, status social, nada! O mundo enfrenta um grande desafio. Temos muitas questões humanas no limbo, sem respostas. Vivemos hoje um período delicado e teremos que nos adequar às mudanças. Aproveite este tempo em casa e supere teus limites.

Esteja pronto para o novo mundo que certamente virá.

#Teatirapravida

Silma Terra

www.silmaterrapalestras.com.br

Canal YouTube – Silma Terra

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