Metamorfose

A consciência do ser é algo tão profundo quanto desconhecido.

As provas dessa consciência permanente nos são apresentadas através da história da humanidade, e hoje chanceladas pela ciência, alargam mais nossas dúvidas, ampliando os horizontes ao infinito.

Só explicável pela pluralidade das existências, a formação do espírito humano demonstra-nos que a consciência do ser é uma construção constante, interminável, isto é, fadada um dia à perfeição.

Difícil fica para muitos associar esta efêmera e atual vida terrestre a tantas outras existências pretéritas, que fizeram o que hoje somos, e que se acrescendo esta o que viremos a ser.

Este repositório de experiências, de vivências, de saber é tão vasto, que para o próprio ser o seu domínio é privilégio de poucos espíritos adiantados, em se falando de um mundo que extrapola a crosta terrestre.

Pois este é o maior desafio do ser: construir-se.

Nessa construção, dadas às nossas origens de espíritos primitivos, vamos erigindo o edifício da nossa consciência qual obreiro da construção civil que, com pouco ou nenhum conhecimento de seu objetivo e das técnicas de execução, é obrigado constantemente a reconstruir o que já construiu.

Mas o Universo dispõe de arquitetos, e o maior deles, Deus, obviamente não o faz sem um projeto, cuja compreensão está fora do nosso alcance.

Seus auxiliares, espíritos evoluídos, angelicais, que já foram tão primitivos quanto nós, procuram nos ensinar, nos amparar.

Os mundos do Universo não são obras do acaso, assim como nós.

O Universo é sopro do pensamento Divino.

Como entender a nós mesmos sem a consciência do maior?

Como enxergar o maior, ficando preso dentro de nós mesmos?

Comparemo-nos às lagartas, que ficam um período atendendo apenas às suas necessidades vitais: sobrevivência e alimentação.

Passado esse período, ela entra em um processo de mutação radical.

Sobrevém uma necessidade imperiosa de subir a algum lugar, pendurar-se numa espécie de meditação e um belo dia … desabrocha em borboleta.

Nosso espírito, nascituro, incapaz de distinguir-se, é guiado pelas leis Divinas a experienciar sua passagem pelo Universo, em diversas roupagens.

Suas primeiras lutas são pelo início de tomada de consciência, da luta nas paixões primitivas geradas pela necessidade de afirmação.

Passadas essas lutas, num belo dia (que nesse contexto significam muitos milhares de anos), chega a hora do nosso espírito metamorfosear-se em borboleta, e aspirar às alturas da evolução.

Sentiremos a necessidade de saber o que somos, de onde viemos e para onde vamos.

Difícil é para nós, imbuídos de sincera humildade, responder a esta pergunta:

Seremos nós hoje lagarta ou borboleta?

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