Ministérios leigos – Por Dom Jaime Pedro Kohl

IMG_1180-195x300111111111A quarta semana do mês vocacional é dedicada aos ministérios leigos que não necessariamente precisam ser instituídos.

Como bem expressa o documento 105 da CNBB: “Os ministérios dos cristãos leigos e leigas podem ser ‘reconhecidos’, ‘confiados’ e ‘instituídos’” (157). Quer dizer que muitas coisas que o leigo faz ou pode fazer não precisa de um mandato explícito para ser ministério, mas o é por vocação, deriva do seu ser Igreja, povo de Deus.

Por isso segue dizendo a respeito de sua atuação no mundo: “a participação consciente e decisiva em movimentos sociais, entidades de classe, partidos políticos, conselhos de políticas públicas e outros… constitui-se num inestimável serviço à humanidade e é parte integrante da missão de todo o povo de Deus” (162).

Se não estou enganado Paulo VI dizia: “os leigos e leigas são homens e mulheres da Igreja no coração do mundo e homens e mulheres do mundo no coração da Igreja”.

Portanto, o lugar principal da missão do leigo é lá onde vive, na sua família, no local de trabalho e de convívio. O testemunho faz dele “sal da terra e luz do mundo”, um anunciador da Boa Nova.

O Papa Francisco na Evangelii Gaudium esclarece: “A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, um ornamento que posso pôr de lado; não é um apêndice ou um momento entre tantos outros. É algo que não posso arrancar do meu ser, se não me quero destruir. Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo. É preciso considerarmo-nos como que marcados a fogo por esta missão de iluminar, abençoar, vivificar, levantar, curar, libertar. Nisto se revela a enfermeira autêntica, o professor autêntico, o político autêntico, aqueles que decidiram no mais íntimo do seu ser estar com os outros e ser para os outros”.

Cabe ao leigo assumir responsabilidades no mundo da política, economia, comércio, meios de comunicação social… É sua missão estar lá onde se decidem as políticas públicas de saúde, educação, assistência social, produção e comercialização. Filiar-se a um partido, sindicato ou qualquer outra instituição que possa ajudar na organização da sociedade.

Os ministérios leigos não se limitam ao ser ministro extraordinário da Eucaristia, catequista, animador de liturgia, todas são coisas boas e necessárias, mas todas as profissões, quando assumidas com responsabilidade, podem se tornar ministérios e contribuição na construção do Reino de Deus.

Leigos e leigas, a Igreja conta com o vosso protagonismo na Igreja e na sociedade.

Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osóriodomjaimep@terra.com.br

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