Modelo brasileiro de e-gov tem prioridades erradas, diz especialista

O Brasil tem cometido falhas graves em priorizar funções avançadas de governo eletrônico sem apresentar uma base sólida dos serviços mais básicos prestados ao cidadão.

Essa é a conclusão de José Esteves, professor do Instituto de Empresas para Portugal e Espanha, ao avaliar o desempenho do País durante o 12º Congresso de Informática e Inovação na Gestão Pública (Conip). “Os gestores das iniciativas de e-gov têm se esquecido do básico para criar um relacionamento satisfatório com o cidadão via internet”, declara. Segundo ele, tais funções básicas consistem em oferecer nos sites governamentais mapas da estrutura organizacional, dispositivos de impressão, telefones dos órgãos públicos e um serviço eficiente de correio eletrônico.

Na avaliação de Esteves, as deficiências não param por aí. O País também peca por investir em tecnologias muitas vezes obsoletas para serviços online e também falha em não criar uma política integrada para ações de governo eletrônico, como existem, por exemplo, em alguns países da Europa. “A Espanha lidera o desenvolvimento desses serviços quando comparada com o Brasil e Portugal, por exemplo. Nesse país existe uma preocupação notável com o crescimento sustentável do e-gov”, complementa.

Ainda citando o exemplo espanhol, o professor declara que existe a necessidade de o governo fomentar com maior ênfase as políticas em prol da assinatura digital, tornando os serviços públicos online mais confiáveis. “Há uma falta de estratégia pública para certificação digital, necessária para tornar os serviços mais amplos”, diz. “Nesse sentido, o governo precisa ser um agente potencializador para a incorporação dessa tecnologia”.

Em sua apresentação durante o último dia do Conip, o professor complementou ainda que os principais desafios atuais dos governos estão em rever seus projetos atuais, simplificar os procedimentos e reduzir a burocracia tradicional no meio físico no ambiente virtual.

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