Nos tempos de Abraão e de Jair Bolsonaro – Sergio Agra

Nos tempos de Abraão e de Jair Bolsonaro - Sergio Agra

NOS TEMPOS DE ABRAÃO E DE JAIR BOLSONARO

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
João 8:32

Desde os tempos de campanha, e mesmo após ter vencido a eleição presidencial em 2018, Jair Messias Bolsonaro tem se valido de locuções extraídas da Bíblia, como a da epígrafe, para demonstrar através de sua religiosidade – ainda que sabidamente Bolsonaro seja frontalmente hostil à diversidade de gêneros –, os mais altos valores do cristianismo em defesa da tradição, da família e da propriedade, ressuscitando o putrefato criador da TFP (Tradição, Família e Propriedade, Plínio Corrêa de Oliveira). Tanto assim é que tão logo confirmado o resultado do segundo turno, meditabundo, acompanhou a corrente de orações “puxada” pelo pastor e ex-senador Magno Malta. Não bastasse isso, o mote de sua gestão é “O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”.

Já que abordamos passagens bíblicas, entendo por oportuna trazer alguns versículos de Gênesis.

Parte inferior do formulário

Gênesis 22. – Passado algum tempo, Deus pôs Abraão à prova, dizendo-lhe: “Abraão! ” Ele respondeu: “Eis-me aqui”. Então disse Deus: “Tome seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei”. Quando chegaram ao lugar que Deus lhe havia indicado, Abraão construiu um altar e sobre ele arrumou a lenha. Amarrou seu filho Isaque e o colocou sobre o altar, em cima da lenha. Então estendeu a mão e pegou a faca para sacrificar seu filho. Mas o Anjo do Senhor o chamou do céu: “Abraão! Abraão! ” “Eis-me aqui”, respondeu ele. “Não toque no rapaz”, disse o Anjo. “Não lhe faça nada. Agora sei que você teme a Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho”.

Bolsonaro demitiu o Diretor Geral da Polícia Federal por não ter permitido a ele, Bolsonaro, acesso ao andamento de algumas investigações que, se não lhe dissessem respeito, eram de seu interesse.

A PF é órgão de Estado, e não do Presidente. O Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro sempre defendeu este status constitucional da PF. Daí as primeiras divergências entre o Presidente e seu Ministro mais popular ante a opinião pública.

Maurício Leite Valeixo, o agora ex-Diretor-Geral da Polícia Federal há muito vinha alertando Moro de que “a água já estava alcançando o pescoço dos membros do Gabinete das Maldades”, os 01, 02 e 03, Eduardo, Carlos e Flávio, supostamente envolvidos em atos ilícitos.

Jair Bolsonaro, como todo o pai, há sim, de partir sempre em defesa de sua prole. Porém, até prova em contrário, ao Presidente, ao Comandante em Chefe da Nação, àquele que em juramento colocou o Brasil acima de todos e Deus acima de tudo atitude outra não se poderia esperar a de que, crendo na inocência de seus três filhos, a exemplo de Abraão, os colocasse sob a lâmina da espada da Justiça.

Comentários

Comentários