O início de tudo

E aí galera, beleza?

Estamos de volta, uma volta com cara de passado, tipo nas antigas, no entanto é preciso para se falar no surfe de hoje, lembrar os seus iniciantes, aquelas pessoas que deram início a este magnífico esporte. Vamos nessa ?
      
História do Surf – Os primeiros relatos do surf dizem que ele foi introduzido no Havaí pelo rei polinésio Tahito. Mas oficialmente o primeiro fato concreto que revelou a existência do esporte foi feito pelo navegador James Cook, que descobriu o arquipélago do Havaí e viu os primeiros surfistas em ação.

Na época, o navegador gostou do esporte por se tratar de uma forma de relaxamento, mas a Igreja Protestante desestimulou por mais de 100 anos a prática do surf.

O reconhecimento mundial veio com o campeão olímpico de natação e pai do surf moderno, o havaiano Duke Paoa Kahanamoku. Ao vencer os jogos de 1912, em Estocolmo, o atleta disse ser um surfista e passou a ser o maior divulgador do esporte no mundo. Com isso o arquipélago e o esporte passaram a serem reconhecidos internacionalmente.

Após a vitória nas Olimpíadas, Duke introduziu o esporte nos Estados Unidos e na Austrália com grande sucesso.

Atualmente a ASP (Associação dos Surfistas Profissionais) é quem regulamenta e traça as diretrizes do esporte. Os maiores surfistas do mundo disputam anualmente o WCT (World Championship Tour) e daí sagra-se o campeão mundial.

A restrita bibliografia sobre o surf aponta o seu surgimento nas Ilhas Polinésias, através dos povos nativos, em virtude de sua própria cultura de subsistência, a pesca. Constantemente tinham que se atirar ao mar com seus barcos feitos artesanalmente para pescar, e quando voltavam, deslizavam sobre as ondas para chegar mais rápido à terra firme. De acordo com Gutemberg (1989) este ritual acabou se tornando um hábito entre as civilizações daquela região.Mais tarde porém, nas ilhas do Hawaii, o surf começou a ser praticado pelos antigos reis hawaianos com pranchas feitas de madeira, extraídas de árvores locais (Rosa, 1996).

Os nativos possuíam um ritual religioso para a fabricação das suas pranchas. Uma vez escolhida a árvore, o ritual era iniciado. Colocava-se ao pé do tronco um peixe vermelho chamado kumu e a árvore era cortada. Nas raízes fazia-se um buraco onde, com uma oração, era enterrado o kumu. Em seguida era dado início ao trabalho de modelagem ou shape (forma da prancha); as ferramentas, lascas de pedras e pedaços de coral eram usados até chegar à forma desejada. Com coral granulado (pokaku ouna) e um tipo de pedra bem dura (oahi) era iniciado o trabalho de acabamento para eliminar todas as marcas da fase anterior e tentar alisar a superfície o máximo possível. Com a superfície lisa, eram aplicadas as raízes de uma árvore chamada hili, para dar uma cor negra.

Outras substâncias eram utilizadas para impermeabilizar a madeira como forma de encerá-la (Bastos, 1987).No meio da população nativa hawaiana o surf era intimamente ligado às raízes culturais. Ao realizarem determinadas manifestações religiosas, os nativos deixavam oferendas próximas à base dos coqueiros para crescer um outro coqueiro.Esse ritual fazia parte de uma manifestação cultural aborígene hawaiana, expressando agradecimento pelos alimentos fornecidos pelos coqueiros e pelas folhas do pé de coco na construção dos telhados das moradas e para propiciar o surf.

Era um ritual festivo, onde os chefes agradeciam aos deuses as farturas do mar, das ondas e os prazeres de brincar nas suas águas. Alguns indícios apontam 1500 anos atrás como sendo o período em que os polinésios desciam as ondas com pranchas de surf feitas de tábuas de madeirite (compensado dos navios ingleses). Como no Hawai, o surf na Polinésia estava associado às raízes religiosas, culturais e de algum modo, sociais (Farias, 1995). As raízes culturais do surf, através do ritualismo, impunham aos nativos uma determinada hierarquia de prática. Aos reis e suas proles era permitido surfar na posição de pé. As pranchas maiores eram denominadas de alla.

Tinham sete pés de tamanho e eram mais aperfeiçoadas, pois faziam parte de todo um ritual de confecção e só podiam ser utilizadas pela realeza.As pranchas menores ou alaia, pranchas mal acabadas, desprezadas pelos chefes, eram destinadas aos nativos ou súditos que estavam mais próximos da família real. O restante da tribo tinha restrições para a sua prática. Já naquela época os aborígenes pertencentes à família real realizavam competições, lutas mortais e outros combates por causa do surf. Praticar o surf era proveito dos mais nobres e destemidos (Farias, 1995).Até o início do século, a maioria dos hawaianos praticava o surf como atividade de lazer.

Este hábito passou a ser encarado de outra forma quando o então campeão olímpico de natação, o hawaiano Duke Kahanamoku, começou a divulgar o esporte em outros países por onde passava, quando exercia sua função.Em muitos países o surf começou a ser praticado regularmente, e por volta dos anos 20 começaram a aparecer os primeiros campeonatos na Califórnia (Rosa, 1996). Bob Simons criou a primeira prancha de fibra em 1949. Em meados de 1950, as pranchas passaram a ser comercializadas e na década de 60 o surf tornou-se competitivo e profissionalizante. A partir daí a evolução das fábricas de pranchas, roupas e outros equipamentos destinados ao surf foram constantes.

Em 1975, o surf estava sendo reconhecido mundialmente como um esporte ligado diretamente à natureza, ganhando assim um número considerável de praticantes em vários locais onde as condições do mar eram propícias. Foi criada então uma entidade a fim de desenvolver o surf profissional – a IPS (International Profissional Surfers), realizando campeonatos pelos principais pontos de prática de surf.

Atualmente quem organiza e realiza o circuito mundial de surf é a ASP (Association of Surfing Professionals).Este esporte que atrai milhares de adeptos todo ano, já conta com vários serviços especializados, como as condições do surf, transmitidas pelas rádios diariamente.

O serviço, além de fornecer as direções do vento e da ondulação (swell), o tamanho das ondas e a temperatura da água, indica qual a praia mais adequada à prática naquele dia. Mesmo se o surfista tiver perdido os horários do boletim das ondas, ele tem disponível, a qualquer hora do dia, o serviço telefônico conhecido como “disque-surf”, que fornece os mesmos dados já mencionados e a visibilidade para o mergulho na costa.Os shapers (fabricantes de prancha) de hoje também utilizam o computador para aperfeiçoar o seu trabalho e dar um melhor acabamento no shape das pranchas.

Além disso, a nova mania é conferir os dados das condições de surf via Internet, onde, através de uma mapa, o surfista fica sabendo a direção e o tamanho das ondas em qualquer lugar do mundo.
             
Na próxima coluna, vou abordar o porquê da não criação da Associação dos Surfistas de Osório.
      
FIQUEM COM DEUS!

ALOHA!

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