Operação fecha desmanches irregulares no Litoral Norte

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Foto: Rodrigo Ziebell/SSP

A 31ª edição da Operação Desmanche em Capão da Canoa e Torres marcou, nesta quinta-feira (16), um ano de atividades e a primeira força-tarefa executada no Litoral. Dois estabelecimentos foram vistoriados e interditados. A operação foi designada pelo governador José Ivo Sartori após a Lei dos Desmanches entrar em vigor em 2015, com o objetivo de combater a recepção de veículos roubados e a atuação de estabelecimentos ilegais.

Em Capão da Canoa, o dono do estabelecimento foi autuado pelo Comando Ambiental da Brigada Militar por dano e pelo Corpo de Bombeiros de Capão pela ausência do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios. Cerca de 10 toneladas de sucata automotiva foram apreendidas e trituradas. O local foi lacrado e interditado.

Em Torres, a ação teve a participação do Batalhão de Aviação da BM, da Patrulha Ambiental de Torres, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic). Cerca de 60 toneladas foram apreendidas e os responsáveis, além de autuados pelo Detran, receberam um termo circunstanciado da Patrulha Ambiental e uma notificação de infração para regularizar itens apontados pelo Corpo de Bombeiros.

Os Bombeiros passaram a integrar a operação para fiscalizar a existência e a validade do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios das empresas.

Redução de roubo e furto

Desde o início da Operação Desmanche, foram apreendidas 2.140 toneladas de sucata, 47 desmanches fechados e 37 pessoas presas. A medida resultou na queda nos indicadores dos crimes de roubo e furto de veículos – os dados estatísticos da criminalidade em 2016 estão disponíveis no site da Secretaria da Segurança Pública. É a primeira vez que caem os números de roubo, desde 2013, e de furto, desde 2011. No Estado, o primeiro registrou queda de 2,9%, enquanto o segundo teve redução de 3,5%. Em Porto Alegre, houve diminuição de 14,3% no roubo e 13,3% no furto.

Para o secretário Cezar Schirmer, a operação é uma forma eficaz de combate à ilegalidade. “A Operação Desmanche vem mostrando importantes e significativos avanços no combate à comercialização ilegal de peças automotivas e à clandestinidade. Os resultados estão aí: queda acentuada nos indicadores de roubo e furto de veículos na capital”, ressalta. “Esta operação é uma forma de asfixiar financeiramente o crime organizado, sobretudo aquele voltado ao furto e roubo de veículos na Região Metropolitana e interior”, acrescenta.

Segurança no interior

A ação de hoje integra a expansão da Operação Desmanche para o interior. Com Capão da Canoa e Torres, 17 municípios receberam a força-tarefa, além de Porto Alegre, Gravataí, Viamão, Sapucaia do Sul, Canoas, Novo Hamburgo, Eldorado do Sul, Guaíba, Esteio, Alvorada, Montenegro, São Sebastião do Caí, Estrela, Parobé, e Caxias do Sul.

A atuação em conjunto dos órgãos de Segurança Pública reforça a efetividade da força-tarefa. Para o coordenador da operação, tenente-coronel Cesar Augusto Pereira da Silva, cada instituição tem papel de destaque. “É a organização e o esforço de todos que faz com que atinjamos os resultados. Já ultrapassamos as marcas iniciais desejadas e, com essa ação no Litoral Norte, começamos a expandir o trabalho para as demais regiões do estado”, destaca.

O diretor-geral do Instituto-Geral de Perícias, Cleber Müller, explica que a atuação dos peritos ajuda a descontituir a rede criminosa. “A perícia atua de forma direta e integrada em cada uma das operações e, graças ao conhecimento dos profissionais do IGP, podemos identificar fraudes nos veículos ou partes deles encontrados nos locais abordados e fechados a partir da comprovação científica dos delitos”, esclarece.

Credenciamento de peças 

Na avaliação do diretor técnico do Detran/RS, Mauro Borges Delvaux, a busca pela regularização das empresas de desmanche traz resultados permanentes. A Lei dos Desmanches determina que atuem no comércio de peças usadas apenas empresas registradas no Detran/RS. “O credenciamento garante que as peças apreendidas não voltem ao mercado, diminuindo o comércio ilegal, evitando problemas de contaminação de solo e foco de insetos causadores de doenças. A destinação correta desse material também impacta em segurança no trânsito, impedindo a utilização de peças em condições inadequadas”, enfatiza.

O Rio Grande do Sul possui hoje 251 empresas de desmanches registradas. Elas devem seguir uma série de requisitos e incluir cada uma das peças à venda no sistema informatizado, vinculando-as à nota fiscal e à placa do veículo de origem.

Como comprar peças legais?

O consumidor pode ajudar a desestimular o comércio ilegal de peças usadas, comprando somente em empresas credenciadas ao Detran/RS. Essas empresas têm na fachada o logotipo da autarquia, e cada peça é vendida com código de barras e nota fiscal eletrônica. Nos Centros de Desmanches de Veículos (CDVs), além da garantia de origem lícita, o material passa pelo aval de um responsável técnico, que atesta as condições de segurança.

Consulte no site a relação de empresas credenciadas.

Laura Xavier

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