Para onde foram os phosforos, o telephone e a civilidade?

Agora, ainda que decorridos onze meses, decidi “abraçar as dores” de dileto amigo e tomar, não uma divina providência – isso é atributo apenas do Todo Poderoso –, sem me importar se o pastor é “bom” ou descumpre as básicas atribuições de um zeloso cuidador das ovelhas desgarradas.

É preciso, no entanto, que tenhamos todos um mínimo de civilidade. Sim civilidade. Outra vez: CI-VI-LI-DA-DE!!! Substantivo que, como também o é o eterno Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.relegados, deletados, defenestrados ao esquecimento!

Assim mesmo, é o infalível Aurelião que preleciona: Civilidade. (Do latim civilitate). Conjunto de formalidades observadas entre si pelos cidadãos em sinal de respeito mútuo e consideração. Observação das conveniências, das boas maneiras em sociedade; cortesia, urbanidade, polidez, delicadeza.

A civilidade longe está de ser um telephone movido à manivela, de uma caixa de phosforo marca Olho, de uma máquina de datilografia Royal, Remington, Olivetti ou mesmo das elétricas da IBM, da Cera Cachopa ou Parquetina, da Bomba Flit ou do mata mosquitos Boa Noite, mas teve o mesmo triste fim: o desterro!

A civilidade foi mandada, com todas as letras, para o quinto dos infernos, de onde Dona Carlota Joaquina jurara não levar sequer um grão de areia nas solas de seus sapatos.

A um mês do início deste ano letivo, aquele amigo de quem já falei acima,encaminhou, em mãos, currículos à direção de duas escolas de ensino da rede privada pleiteando colocação nas disciplinas de Português e Literatura Brasileira.

A porca já pariu três ninhadas distintas e mesmo um “Sentimos informar-lhe que o corpo docente está completo, blá, blá, blá…” foi dito, seja por e-mail, telefone (não o de manivela) ou por pombo-correio.

Semelhante postura teve, desta feita para comigo, a filial Capão da Canoa de uma grande rede de lojas especializadas em brinquedos, fantasias e artigos de festas infantis, aqui situada na Avenida Paraguassú, para sediar, num predeterminado sábado à tarde, uma sessão de autógrafos de um livro infantil de minha autoria. E com o devido direito à comissão sobre o preço de capa!

Estávamos,meu amigo e eu, até hoje, esperando, “sentados à beira do caminho”.

Ele já partiu para outras plagas. Eu, através de e-mails e mensagens enviadas aos fieis amigos pelo Facebook, compartilho, com eles, seus filhos ou netos, a ventura de viajar com Andrezinho, o protagonista de “Ryujin, o Dragão Mágico”, no fantástico universo da fantasia e da literatura.

E o lote de exemplares recebidos já está quase se esgotando!

Assim mesmo, por via das dúvidas, irei, amanhã mesmo, enviar o computador para a assistência técnica. Acredito que esta diabólica feramente eletrônica esteja me aprontando alguma peça de mau-gosto,enviando os e-mails tão-somente os destinados à gerência da tal loja de brinquedos para a família Robinson e para o Robô, os eternamente “perdidos no espaço” de Alpha Centaury.

E a civilidade? Desapareceu do dicionário e foi mesmo para o quinto dos infernos?

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