Saúde intensifica controle sobre aves migratórias na Lagoa do Peixe

Técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e de três Coordenadorias Regionais de Saúde (3ª, 13ª e 17ª), órgãos vinculados à Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), realizam esta semana uma nova expedição ao Parque Nacional da Lagoa do Peixe, em Mostardas. A equipe da SES fará coletas sorológicas de aves, mosquitos e outros insetos para verificar a presença da Febre do Oeste do Nilo e outros 18 tipos de arboviroses (viroses transmitidas de um hospedeiro para outro por meio de mosquitos). A iniciativa tem a parceria do Ibama, dos ministérios da Agricultura e Saúde, e da Secretaria Estadual da Agricultura. Esta é a segunda inspeção feita no parque este ano – a primeira foi em julho. O objetivo da SES é realizar um monitoramento permanente, enviando equipes ao local a cada três meses.

Edmilson Santos, biólogo da Vigilância Ambiental em Saúde do Cevs, explica que “as arboviroses são transmitidas ao homem pelo mosquito que anteriormente tenha picado um animal infectado e, como a Lagoa do Peixe recebe muitas aves que vêm de outros continentes, é necessário realizar um controle rigoroso para evitar riscos para a população”. Conforme o biólogo, após a conclusão desta etapa de trabalho dos técnicos da SES, o material coletado será enviado ao Instituto Evandro Chagas, no Pará, para análise.

O Parque Nacional da Lagoa do Peixe, localizado a 120 km de Porto Alegre, é um dos maiores santuários de aves migratórias do Hemisfério Sul, com áreas de matas, banhados e uma lagoa de 40 quilômetros de extensão e 1,5 km de largura. Existem mais de 200 espécie de aves migratórias na região, sendo que 26 delas vêm do Hemisfério Norte. O restante têm outras origens.

No homem, a Febre do Oeste do Nilo pode provocar sintomas parecidos aos da gripe, com febre e dor de cabeça, além de erupções cutâneas. Esses sintomas podem levar a complicações como convulsões e paralisia. Efeitos mais severos como encefalite e meningite ocorrem com menos de 1% dos infectados, podendo levar à morte. A doença é originária da África e foi levada através das aves para outros continentes, como as Américas (Central e do Norte). Em maio desse ano, um caso foi registrado na Argentina, quando o vírus foi encontrado em cavalos.

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