Sobre bancos e comunidades – Erner Machado

Erner Machado

SOBRE BANCOS E COMUNIDADES

Comecei a ser bancário, no dia 15/10/1964, no Banco da Província do Rio Grande do Sul S.A. que era chamado O VELHO JEQUETIBÁ, por que a exemplo da grande copa desta tradicional árvore, o Banco tinha uma enorme capilaridade de filiais, cobrindo, quase todo o Rio Grande Sul, perdendo só para o Banrisul que é o Banco Oficial de nosso Estado.

Em 1970, troquei o Banco Província pelo Banco da Amazônia S.A., no qual me aposentei em 1994, em novembro, com 30 anos e 1 mês de serviço bancário.

Esse período de exercício da Atividade me permitiu vivenciar a intimidade das circunstâncias que regularam a relação de COMUNIDADES E BANCOS.

Quando, ainda no Banco da Província, presenciei os políticos- prefeitos e vereadores- comerciantes, ruralistas, prestadores de serviço, se unirem e virem em comitiva a Porto Alegre, para solicitar a Direção do Banco que instalasse uma Agencia do Banco na sua cidade, com a finalidade de ser o fiel depositário das riquezas geradas em decorrência da atividade econômica da localidade.
E o banco mesmo que no início não obtivesse resultado instalava uma agencia no local solicitado e sua presença alterava, para melhor, toda a realidade social econômica e até política do local.

No banco da Amazônia presenciei, também, o mesmo fenômeno de união das forças e dos setores acima mencionados de forma a que na menor cidade da Amazônia Legal, se estudasse a possibilidade de instalar-se uma agencia do BASA.

Fiz esta longa introdução que, talvez, canse quem tiver coragem e tempo para ler os meus textos, para dizer que não entendo como foi possível fechar-se o Posto Bancário do Banrisul, no distrito de Capão Novo.

Qual foi razão que não permitiu que as FORÇAS do Distrito
– Comerciantes, Prestadores de Serviços, industriais, aposentados, e, principalmente, os Políticos, de unirem-se e investigarem as razões da decisão tomada pelo banco?

Será que estas forças entenderam que o Posto Bancário não era importante para a atividade econômica do Distrito?

Será que não entenderam que a presença do Posto Bancário dava uma relevância em todos os sentidos a Capão Novo?

Será que não entenderam que o Posto Bancário, atendia as comunidades de Arroio Teixeira, Curumim e além disto aos veranistas que nos visitam nos meses de verão?

Será que não entenderam que estas próprias forças quando tiverem que depositar seus recursos terão que ir a Sede do Município despendendo importante tempo que poderá fazer falta à gestão de seus interesses?

Será que não entenderam que unidos – todos os agentes acima mencionados- teriam poder de resolver a situação e continuar contando com a presença do Posto Bancário que poderia- no futuro- tornar-se uma agencia, aumentando a importância e fomentando o desenvolvimento de Capão Novo?

Ou será que por estranhas circunstâncias a comunidade e as forças econômicas e políticas de Capão Novo são extremamente individualistas e incapazes de unir-se em torno de objetivos que tragam o bem comum e que não tenham a marca pessoal de alguém?

Fica a minha incapacidade de entender porque houve esta omissão de uma comunidade que não podia omitir-se e a minha tristeza pelo fechamento do Posto do Banrisul em Capão Novo.

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