Zécas, Joões, Marias e Clarisses: viva o povo do Brasil

Em alegre bando o “reizinho” e a camarilha palaciana rumou a Zurique. Nem mesmo a mais fajuta escola de samba do terceiro grupo sairia para a avenida com uma “comissão de frente” tão descompassada e constrangedora como a sexólatra Martha-nada-a-ver-Suplicy (aquela do “relaxe e goze!”), o mago(?)-contador-de-piada-sem-nenhuma-graça, Paulo Coelho, o etílico Ricardo Teixeira (que, por obras do acaso, ocupa a presidência da CBF), o dublê de atacante e técnico interino de futebol, Romário (jurando que os mil golos foram em jogos oficiais. Então, tá!) e o brega e não menos deslumbrado top-model Dunga.

Se o intuito era o de fazer “lobby” para que o Brasil sediasse, como, infelizmente, irá sediar a Copa de 2014, o bloco carnavalesco conseguiu seu objetivo. Aberto o envelope do “inesperado” resultado, “Dom” Lula da Silva III saiu-se com mais uma pérola no seu lulanês primata: – “O povo brasileiro é ordeiro, civilizado e hospitaleiro. Ele merece esse presente!”.

Mas, que presente, se nem mesmo os princípios basilares da nossa Magna Carta como a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais de forma honesta, transparente e sem a eiva do assistencialismo não-pragmático são observadas? Tampouco o Art. 6º do Capítulo II da mesma Lei Maior, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 26, de 2000 (“São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.) sequer foi e ainda é alvo da prioritária preocupação que um governo responsável, idôneo e, sobretudo, sério teria.

Quantos recursos, ainda que o “reizinho” afirme o contrário, esvaziarão as burras da viúva para a construção de novos complexos esportivos e toda a infra-estrutura que um evento de tamanha envergadura há de exigir? Isso se peremptoriamente inexistir qualquer inidônea locupletação por parte daqueles que estarão direta e indiretamente “envolvidos” na festa máxima do futebol mundial.

Não desejo ser o profeta do apocalipse. Mas quantas vidas hão de se esvair nas filas do SUS no aguardo de uma cirurgia salvadora, de um transplante de órgãos? Quantos hospitais poderiam emergir de sua triste condição falimentar? Quantos leitos poderiam ser acrescidos à combalida malha hospitalar?

Quantos programas de educação e planejamento familiar poderiam ser implementados, expurgando-se, para todo o sempre, a hedionda e criminosa idéia do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, em promover o aborto compulsório para as faveladas? Quantos presídios regionais de média capacidade poderiam ser erguidos, oxigenando o necrosado sistema carcerário das grandes capitais? Quantas salas de aulas poderiam florescer numa alvorada de reais esperanças no mais recôndito grotão brasileiro?

Quantas professorinhas sairiam da condição de miserabilidade de seus contra-cheques para a dignidade da profissão que somente o amor e a crença num país mais justo as levou? Quão bem armados, preparados e abastecidos estariam os nossos órgãos de segurança, dispensando-se a existência das tropas de elite e dos desvarios dos capitães Nascimentos?

Nestes sete anos que nos separam da orgia da qual a Nação não tem cacife para bancar serão despendidos bilhões de reais para “enfeitar” os grandes salões dos bailes e avivar a fogueira das vaidades dos Teixeira, dos Romários, dos Dungas, do “reizinho” e a sua trupe de bobos alegres. A CBF, finalmente, vestirá calças de veludo. E o povo, é claro, ficará com a bunda de fora!

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